Estamos vivendo mais um Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto
(SBSR). Esta sua 15ª edição tem Curitiba-PR como sua cidade sede. É um
Simpósio especial, notadamente por ser mais um marco histórico no
número de trabalhos submetidos (1.715) e de aprovados (1.207). Também é
um marco por guardar coincidência com o 50º aniversário do INPE –
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. O primeiro SBSR foi em 1978,
17 anos após a criação do INPE.
Nesses 33 anos de SBSR, muita coisa mudou no
campo do sensoriamento remoto. O número de satélites e,
consequentemente, o volume de dados disponíveis aumentou de maneira
vertiginosa. Hoje, contam-se dezenas de satélites afins ao sensoriamento remoto. A capacidade computacional
permitiu que muitas análises passassem a ser possíveis, como a
integração de dados e modelagens em sistemas GIS. Novas dimensões nas
resoluções dos dados tornaram-se disponíveis: dados hiperespectrais, dados de radar, LIDAR,
resoluções espaciais sub-métricas, altas frequências temporais,
sensores operando em 12 bits ou mais, etc.
A institucionalização do INPE e a posterior criação
do Departamento de Sensoriamento Remoto com a quase concomitante
criação do Programa de Pós-Graduação em Sensoriamento Remoto foram atos
decisivos como primícias desse campo no País. O INPE tem sido ao longo do tempo parte
importante da cadeia do sensoriamento remoto: recepção, processamento e
distribuição de imagens; educação e capacitação formal; e execução de
projetos relevantes. Mais recentemente, a fixação de quadros nas
diversas organizações governamentais, privadas e educacionais, e o
surgimento de um pujante setor de serviços têm sedimentado o quadro do
sensoriamento no país. Por fim, e mais hodiernamente, observa-se um
processo de instalação de empresas internacionais e uma
internacionalização das empresas nacionais, completando o ciclo de
universalização desse campo no Brasil.
Os SBSRs vêm refletindo toda essa
transformação e crescimento ao longo dos anos. A inserção do
sensoriamento remoto e áreas correlatas nos currículos de múltiplos
cursos de graduação e pós-graduação têm contribuído para o crescimento
dos SBSRs. O rápido e constante crescimento da educação superior no
Brasil nos últimos 15 anos também tem servido de suporte a esse
fenômeno do sensoriamento remoto. E os SBSRs têm funcionado como
dasaguadouro natural das pesquisas e desenvolvimentos realizados em
todos os ambientes geradores de conhecimento: universidades,
institutos, organizações, empresas, etc. A riqueza de interesses
reflete-se na diversidade dos temas que compõem o programa deste XV SBSR.
Felizmente, e graças ao esforço de muitos, o SBSR tem
conseguido manter-se como um fórum para todos os atores do
sensoriamento remoto: pesquisadores, educadores, empresas fornecedoras
e consumidoras de serviços e produtos, pessoas dos mais diversos
segmentos privados, públicos e do terceiro setor, estudantes, etc. O
SBSR é o berço natural da capacitação e discussão dos avanços
científicos, técnicos e metodológicos nas mais diversas áreas do
conhecimento. O apoio dos autores, organizadores, instrutores,
voluntários, instituições de fomento, palestrantes, congressistas em
geral, e empresas e instituições públicas e privadas é fundamental para
a sua realização.
Finalmente, consideramos os SBSRs como um dos
principais instrumentos fomentadores do sensoriamento remoto no país,
pois aglutina as inteligências e interesses do segmento, e é elemento
chave na propulsão e materialização do conhecimento gerado a cada dois anos. Este Programa Técnico
explicita a magnitude do XV SBSR, com seus Cursos, Sessões Especiais,
Sessões Orais, Sessões de Painéis, Exposição Técnica e outras
atividades que ocorrerão nesses seis dias de Simpósio. Complementa-se
com os Anais em mídia digital e online, com suas milhares de páginas de
conhecimento materializado.
Esperamos que o programa de atividades de alto nível
oferecido a todos seja de muito proveito e que os Anais sejam fonte
permanente de consulta e reflexão para o avanço do conhecimento do
sensoriamento remoto no Brasil.
José Carlos Neves Epiphanio
Lênio Soares Galvão
Coordenadores do XV SBSR
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